Leio-te novamente como não fazia há cinco anos. Piadas, mentiras, inocência infantil. Ao ler-te relembro-me das pequenas coisas que esqueci. Da miúda de 17 anos que fui. Das tardes no café a jogar Uno. Do cheiro daquela Primavera. Da roupa que vestia. Da alegria de cada toque de telemóvel e dos poemas por SMS. De uma noite quente ao telefone, que já não me lembrava. Do Portugal-América acompanhado por coca-cola no café ao pé do Liceu.
De um beijo. Num banco de jardim. Do sol daquelas tardes de Verão e na chuva do Outono que lentamente começou a chegar. Do teu sorriso quando subias as escadas e do meu aniversário. Das mãos dadas. De uma noite de Abril.
Da nossa inocência e da nossa sede de amar. De um beijo. De muitos beijos. De todos eles. Lembro-me de te ter chegado a amar.