Como manda a tradição, um ano depois desfiz finalmente o lacinho com que fechei a pasta das fitas e passei uma hora a rele-las. E um ano depois, transportei-me para aquele lugar, para aquele momento único. E um ano depois, tudo é já tão diferente!
A fita preta que nunca chegou a ser escrita e o namorado que deixou de o ser.
Os amigos com que partilhava todos os dias e que continuam a fazer-me sorrir todas as manhãs com um simples e-mail (já combinávamos alguma coisa à séria!!!), porque continuam aqui pertinho, no coração.
O amigo que me prometeu cafés, que afinal se transformaram em almoços.
Os desejos de realização dos meus sonhos impressos a caneta dourada.
E a concretização de alguns deles.
A fita que nunca mais poderá ser repetida e a estranha tristeza que sinto por essa perda.
Todas as pessoas que estou a aprender a conhecer este ano.
Todas as pessoas a quem devia ter dado fita e não dei.
E todas as fitas que me arrependi de dar.
E é verdade!... Aquelas pessoas de quem me esqueci.
Aquelas de quem não me devia ter esquecido.
Aquela pessoa que eu era nesse dia.
E a pessoa que sou hoje.
Tudo o que desejava, tudo o que esperava.
E todos os sonhos que guardo agora em mim.
As surpresas que encontrei.
O lugar onde estou hoje.
O desconhecido que me espera.
Um ano na nossa vida pode mudar tudo.
E a mudança que começou naquele pequeno momento no tempo, transforma o lugar de agora em algo muito especial!
(E tens toda a razão, já combinávamos mesmo aguma coisa!)