E de repente... É como chegar a uma encruzilhada, é estar verdadeiramente no local onde temos de escolher um caminho. Qual caminho? Qual caminho quando os dois têm tanto para oferecer? Como pesar os prós e os contras? Como ganhar coragem para arriscar o incerto e trocar o certo por um verdadeiro sonho? Como, de repente, deitar fora o que sonhei conquistar (e conquistei) e voltar a arriscar outra conquista? Como sair deste lugar seguro? A verdade é que eu sei... Sei que não consigo estar sempre aqui, sei que esta calma e todas as perspectivas dela são boas. Mas sei que não consigo estar sempre aqui, sei que quero mais.
Mas o mais de um sonho pode significar muito menos de uma certeza. Se não fossem outros sonhos... arriscava sem pensar mais. Afinal, foi isso que eu sempre quis. Mas e o resto? E o sonho que construí? Ainda não é altura de acordar deste sonho. Ainda é cedo para arriscar. Mas... e se depois for tarde demais e só acordar ao anoitecer? E se tiver perdido as forças para arriscar? E se estiver demasiado confortável para me levantar deste lugar e pisar um caminho desconhecido? Apenas o meu sonho a guiar o caminho. E se afinal o sonho não estiver lá? É sempre cedo para voltar a sonhar... Mas pode ser tarde para certos sonhos. E porquê agora? E se me arrepender de ter sonhado? E se me arrepender de ter ficado? E se adiar demasiado o início de outra viagem?
Ainda não posso saber. Ainda estou confortável demais. Ainda não tenho o que preciso para arriscar. E mesmo quando esta cadeira se torna um pouco menos confortável... Ainda é cedo para me levantar. Pois eu sei que vou acabar por escolher outra aventura, pois eu sei que o sonho que sempre sonhei não vai parar de chamar por mim. Só não sei quando. Mas quando esse dia chegar, sei que, mesmo que pareça tarde, vai ser o momento certo. Hoje, amanhã, para o ano ou para o outro. Nesse dia vou voltar a arriscar outro sonho. O meu sonho. E vou conseguir.