"O desaparecimento da vaca "Cowpyright", da autoria de Paulo Marcelo, uma das 101 esculturas de fibra de vidro que integram a exposição CowParade, desaparacida na madrugada de quarta-feira do Campo Pequeno, foi desvendado esta sexta-feira por uma empregada do Pólo Universitário da Ajuda, que encontrou a estátua à porta da Faculdade de Veterinária."
Era uma vez um artista. E esse artista dedicou uma (grande, concerteza) parte do seu tempo a pintar uma vaca em tamanho real. E (também concerteza) estava feliz por assim ter contribuído não só para divulgar a arte e a cultura entre a população lisboeta como também por estar a contribuir para uma causa social.
Mas era uma vez alguém. Alguém que não respeita o trabalho dos outros e que não respeita a arte. Alguém que, pior do que tudo isso, raptou a vaca, agrediu-a e abandonou-a, ironicamente, à porta da Faculdade de Veterinária. Alguém que, enquanto concerteza se divertia a destruir não pensou que a vaquinha podia vir a ajudar a ACAPO, a AMI, a APAV, o Chapitô, a Cruz Vermelha Portuguesa, o Espaço T, os Escoteiros de Portugal, a Liga dos Bombeiros Portugueses e ainda alguns projectos da Sic Esperança.
Na Idade Média, os ladrões de galinhas eram publicamente castigados. Cortavam-lhes as mãos. Em 2006, em Lisboa, alguém roubou uma vaca solidária, apenas para estragar, e deve estar a rir-se.
E isso é triste.