CFL @ 00:51

Sab, 12/05/07

Queria descrevê-lo mas as palavras prendem-se no fundo da garganta e tento guardar o momento só para mim e mantê-lo vivo para o reviver. O momento que esperei, o momento que por vezes pensei não conseguir alcançar, acabou mesmo por chegar.

 

Deixei-me levar e a corrente do destino conduziu-me ao porto esperado. O doce saber da vitória permanece ainda nos meus sentidos, toldado pela ligeira aspereza da vida. Foram dois longos meses de ansiedade, entrevistas sem fim e de fatos mais ou menos amarrotados. O cansaço venceu-me, por vezes. Houve dias de incompreensão. Houve dias de mais amargura. Houve dias de esperança que lentamente se dispersava e dias na certeza da insegurança. Também houve uma lágrima ou outra. E uma vontade de deixar tudo e fugir.

 

Mas todos estes dias, que me tiraram dias aos dias, foram recompensados. Chegou o momento que esperei. Consegui o que realmente queria e a porta para o futuro está finalmente aberta. Neste longo caminho aprendi. Muito. E olhando para trás esqueço as horas de suor e dificuldade e sinto até que foi fácil.

 

Aos meus amigos que tanto me ajudaram neste caminho, que esperaram comigo o momento que tanto esperei, só posso agradecer. Não sei como cheguei a esta margem mas a vossa boleia foi fundamental. Não podemos ainda compreender o destino que o Destino espera de nós mas temos de continuar a sonhar.

 

Eu sonhei e consegui o momento que esperei.

 

Conto convosco para continuar a sonhar.

 

 

 




CFL @ 01:19

Ter, 17/04/07

 

As malas não estão desfeitas. As roupas espalham-se pelo chão à procura de um ou outro presente. É o final de uma viagem de finalistas. É o princípio do início de outra viagem. Pela vida. Na mala chega a roupa amarrotada. No coração mantêm-se recordações destes e de outros momentos. E que odisseia foi esta de começar a conhecer assim a minha nova vida!

 

Há, contudo, alguma nostalgia. De dias que passaram e já não voltam. Da certeza de alguns outros dias que nunca virão. Nostalgia do que foi e já não será e um pequeno aperto pelo desejo de voltar atrás um dia, dois dias, um ano, cinco anos. Agora que tudo passou já não marca tanto. Desta viagem final que marca o princípio da vida não ficam apenas uma voz rouca ou o som da salsa cubana. Ao lado das fotos fica a memória do pouco que perdi mas de tudo o que aprendi.




CFL @ 01:58

Sab, 30/12/06

Percorro com a pequena seta páginas e páginas de sonhos. Olho imagens de ambição e conforto e em cada requisito, sem falsa modéstia, vejo-me descrita. O coração bate mais forte por este motor de sonhos. A pulsação raia valores de excitação (triste loucura a minha?). Às vezes a gulodice profissional faz salivar e uma folha de papel mate onde impressiono o que não sei se sou é um passaporte para o êxtase. É tudo sonho. E perfeito. É tudo sonho e, por defeito, não consigo parar de sonhar. E de acreditar.
 
Em 2007 não serei igual. Os fatos não poderão ser amarrotados como noutros momentos. E terei de procurar dentro de mim uma força que julgo ter mas não conheço. Dar tudo por tudo e esgotar baterias. Relembrar aptidões de outrora. Conseguir.
 
E daqui a um ano, no mesmo lugar, depois de 2007 não sou mais a mesma. Concretize-se o sonho que começo a sonhar. Ou que consiga apenas começar.
 
 
O Sonho é ver as formas invisíveis
Da distância imprecisa, e, com sensíveis
Movimentos da esp’rança e da vontade.
Buscar na linha fria do horizonte
A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte –
Os beijos merecidos da Verdade.
 
 
(Fernando Pessoa, Mensagem – Horizonte)
 
 
 
 



CFL @ 22:41

Dom, 03/09/06

Não sei se é pelo stress de não ter stress, pela falta de fazer algo, pela saudade dos tempos chuvosos e de frio (odeio o Verão!), mas hoje não estou "política". Hoje não quero falar dos táxis que não vão circular ao Domingo nem na velocidade máxima de 118km/h. Hoje só quero falar no tempo que ainda vem, mas que passará tão depressa que daqui a pouco estou novamente aqui a lembrar o tempo que já passou.

 

Falta um ano. Menos. Se tudo correr bem, faltam 10 meses. Apenas 10 meses para concluir esta etapa, para deixar de percorrer diariamente os corredores (e bares) daquela Faculdade. Falta tão pouco mas ainda falta tanto. E tanto já passou! Aquele primeiro ano de tormentas e desilusões, de raiva, de nojo e expectativa. O segundo ano de alegrias e energia renovada. Um díficil terceiro ano... um quarto ano que passou à velocidade da luz, em que finalmente comecei a saber, mas que não deixa saudades. Restam apenas 10 meses de frustração e tortura mental, de entusiasmo contido, de alegria no começar a saber, de croissants com doce de ovo e meias de leite pela manhã num bar semi-aberto, de conversas de irritação, desespero, ironia e, às vezes, alegria. Restam apenas 10 meses de infância. Da inocência esperançosa de que tudo correrá bem. Do medo perverso de que tudo corra mal.

 

Já só faltam 10 meses "para o primeiro dia do resto da minha vida". Seja ela como for.

 

                            Aos meus amigos e colegas neste caminho.


sinto-me: nostálgica

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